quarta-feira, 29 de junho de 2016

Sujeito do futuro (ou da Idade da Pedra?)




Ele até que gostava de ler…

Ganhou uma coleção de livrinhos de caligrafia. Estava em

fase de aprendizagem, treinando a letra cursiva, enfim…

Mas, não. Não quis nem saber da caligrafia.

Vejam vocês os argumentos da criatura:


Tia: - Você precisa treinar. Aprender escrever certinho,

 amor. Escrever bonito.

Ele: - Mas eu não não gosto de escrever. Nem feio, nem 

bonito…

Tia: - E, por que você não gosta de escrever nem feio, nem bonito?

Ele: - Ah… também, ninguém gosta de ler.

Tia: - … (glup!)
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Há um clamor apelativo para que as pessoas desenvolvam o hábito da leitura.

Os usuários das redes sociais lançam desafios aos seus contatos/seguidores de
forma interessante:
            “vamos ver quem lê as mensagens que não contêm imagens”

Os resultados dos tais desafios não são animadores.
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Aprendi a amar a leitura numa época em que não tínhamos muitas opções. Os
livros eram "livros" mesmo. Muita letra e nada de imagem. Éramos nós, os
leitores, que criávamos as imagens (desenvolvíamos a imaginação/criatividade).
Hoje temos um turbilhão de imagens - poluição visual -  e dizem que "uma 
imagem vale mais que mil palavras" (será?).
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Como será a comunicação daqui a alguns anos? Faremos o caminho inverso até
a idade da pedra?
O cidadão do futuro já não vê vantagem em escrever. Afinal, ninguém gosta de
ler.
E eu digo: ...(glup!).

quarta-feira, 22 de junho de 2016

E onde estava o Mogli?


Eu queria mesmo era compartilhar um projeto “prá lá de interessante”, que abrange um núcleo “prá lá de merecedor” e que chegou ao meu conhecimento através de um sujeitozinho mais legal do que tobogã aquático (notem que eu falei “sujeitozinho” - diminutivo carinhoso, e não “sujeitinho”, diminutivo depreciativo). Mas não. O projeto não passará de hora se ficar para a próxima semana. E ficará.
Acontece que eu, que já estava agastada com a TOCHA OLÍMPICA e fiquei indignada com o caso da onça que foi morta depois da glamourosa participação no evento de passagem da chama que representa a chegada dos jogos ao Brasil, por isso dedico o texto de hoje ao assunto. 
Shere Khan, a essa altura do campeonato, deve estar mais furioso do que nunca (e olha que o campeonato nem aconteceu ainda). 
Não preciso contar toda a história. Todo mundo viu: O caso da “Flor Vermelha” se repetiu e desta vez não havia nenhum Mogli para intervir. E eu, como boa escoteira que sou, defenderia a onça - versão brasileira do Shere Khan.
Ela não precisava estar ali.
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Símbolo é para os humanos.
É impossível negar a presença e a dependência dos símbolos na vida do ser humano.
“O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano (https://pt.wikipedia.org/wiki/Simbolo)
Agora, voltemos ao caso da TOCHA:
* importante símbolo dos jogos olímpicos e nos remete à mitologia grega.
* tem sua origem na Grécia, bem como o termo símbolo.
* tem feito muitas pessoas comuns se tornarem celebridades por alguns instantes.
* faz parte do ritual, e nós precisamos dos rituais. São lindos e fortes. Emocionam.
Mas, o que a onça tem com isso?
Tudo, em excesso cansa. Enjoa. Essa chama já deu, por enquanto (pronto, falei).
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Eu não sou ativista nem faço parte de movimentos de defesa dos animais, mas Shere Khan está certo: a flor vermelha é um perigo!

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*Shere Khan é um tigre fictício, da subespécie Tigre-de-bengala, personagem antagonista no romance O Livro da Selva (1884), de Rudyard Kipling

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Professora de matemática

Bem sei que o nosso título nos remete às redações dos anos iniciais do ensino fundamental, mas eu pretendo falar apenas do sujeito - A professora de matemática.
Sinceramente, eu não imaginava quem seria meu primeiro sujeito, muito menos sobre qual núcleo seria o primeiro texto. Mas ela, a professora, chegou em minha sala de trabalho e, durante os vinte ou trinta minutos em que esteve falando baixo e rouco, me convenci de que deveria ser considerada, mesmo não fazendo parte de um dos núcleos da moda - políticos, atletas, artistas ou grupos e associações em movimentos reinvidicatórios ou revolucionários.
Não pedi permissão para publicar seu nome, mas creio que não haverá exposição em dar suas caracteristicas: 46 anos - muito moça ainda. Magra, sem nenhuma ostentação de vaidade: jeans, sapatilha, baby look, cabelo loiro natural amarrado em rabo de cavalo e uma bolsa azul enorme.
Queria aposentar-se. Com pouquíssimas palavras procurou sobre seus direitos e tempo de serviço e, por nada, chorou pedindo desculpas: "estou deprimida, estou doente...". A conversa não era comigo, mas confesso que quase chorei junto.
Contou-nos que fazia jornada tripla, sem acrescentar os cuidados da casa, filhos e marido. E eu me perguntei "por que trabalhar tanto?" - E eu me respondi mil respostas.

Sujeito: a professora de matemática.
Núcleo do sujeito: professor(a).
Núcleos afins: sociedade em geral.

Nada a ver com valores ou valorização da classe. Os pontos de debate são incontáveis, mas o que me intriga hoje são as atribuições dadas ao professor.
Realizem: final de semana de "festa junina" e lá vou eu ver meu sobrinho dançar quadrilha - Os professores (maioria das vezes 'professoras') e demais funcionários da escola, que trabalharam a semana inteira atendendo a trocentos alunos, preparando lições, atividades, provas, etc, etc, etc... estão de volta, fora do horário de trabalho, devidamente caracterizados para o evento, arrastando suas turmas para uma apresentação ensaiada exaustivamente, para espectadores totalmente desatentos.
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Qual é a verdadeira competência do professor?
É, de fato, papel da escola promover entretenimento e/ou adentrar em outras áreas que dizem respeito a princípios e particularidades do núcleo familiar?

Qualquer pessoa pode amar a sua profissão e dedicar-se a ela com todo o seu tempo e sua energia, mas que não vá além da sua competência.

Se sou professora de matemática terei o maior prazer em ensinar matemática e ver o progresso dos alunos... o resto é silêncio.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

E hoje é tempo de regar...

             "É preciso regar as flores sobre o jazigo de amizades extintas."
                                       (Carlos Drummond de Andrade)
                                           
                                      E hoje é tempo de regar...

terça-feira, 7 de junho de 2016

Minha Proposta

Palavra que este projeto de blog não terá como objetivo  a abordagem da língua portuguesa e suas nomenclaturas (embora possamos debater sobre isto também, por que não?).

Considerando que o núcleo é a parte mais profunda e mais importante de algo ou de alguém, minha proposta será criar uma mesa de debates com profundidade, com importância e que seja capaz de dialogar com núcleos diversos.

Vamos navegar por todos os mares, caminhar por todos os campos semânticos que as palavras "Núcleo-do-Sujeito" nos permitem.

Será isto possível? Por favor, me digam...

(Ainda em construção)