sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Como desenvolver seus próprios métodos de ensino


 

E, ao ensinar, aprenda!


“E uma mulher que trazia o filho (pela mão) disse:

- Ensina lhe sobre sujeito."*


*** ***


( ) - Amados mestres, olhem bem de perto e com carinho para os livros, apostilas e todas e quaisquer lições que falam sobre sujeito e respondam: há possibilidade de um garoto do 6º ano, todo trabalhado nos games mais f****, dos últimos lançamentos e conhecedor de todas as funções dos Iphones, Ipads, Ipods, tablets, smartphones, androids, tablets e etc entender essas gramatiquices tão complicadas?!?!?


 

Vejam:



o sujeito é um dos termos essenciais da oração, geralmente responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Ele é o termo com qual o verbo concorda.” (pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito).



* Sofrer uma ação – imagino que os alunos, vítimas da gramática (faixa etária entre 9 e 10 anos), entenderão tal explicação como “sofrimento relacionado à dor e tristeza”.



* O verbo concorda - (…) sem comentários .

*** ***

Com o propósito de ajudar...




Decidi criar um método simples e trocar regras e nomenclaturas por truques e linguagem cool - rsrs.



Certeza de que iria arrebentar, alcançar o objetivo, sanar dúvidas e conquistar o público-alvo, mas antes resolvi fazer alguns testes.



Sujeito escolhido como cobaia do novo método: O pobre do Heitor (kkkkk): 3º ano, nem sabia ler direito, mas se o método funcionasse com ele seria sucesso total com os demais estudantes.



 
1ª e Única Aula:




Aproveitei uma pequena caminhada até o mercado para que ele (cobaia)  não tivesse chance de fugir da 'sabatina'.



- Toy (apelido), preciso que me ajude num negócio muito importante!



- O que é?



Oba, ele se mostrou disposto!



Expliquei que precisava ajudar um menino a entender 'umas coisas' da escola.



- Quando o aluno vai para o 6º ano precisa aprender sobre sujeito. Você já ouviu falar?



- Não...



- É assim: igual a um jogo de esconde-esconde ou de adivinha – eu falo ou escrevo sobre alguém ou sobre alguma coisa, e você precisa descobrir sobre o que/quem eu estou falando – e este será o sujeito da história, certo?



( ) - Eu procurei dar uma explicação bem simples, com linguagem até infantil, de maneira que pudesse alcançar sua cabecinha de 7 anos. – Foi suave*, e eu comecei a “brincadeira”. A princípio, com frases curtas e fáceis mas com o propósito de ir complicando aos poucos.



- Então, vamos lá: se eu digo “a árvore caiu”, eu estou falando sobre o que?



- Fácil: você 'tá falando sobre uma árvore.



- Então, neste caso, o sujeito é 'a árvore', beleza? - Mas, e se eu digo “o menino caiu”, estou falando sobre quem?



- Ah, quem não sabe? Você está falando 'do menino'.



- Mandou bem, Toy! E o sujeito, então, é 'o menino', certo?



( ) - Sim. Ele entendeu o espírito da coisa, e o teste ia muito bem. Fiz mais duas ou três perguntas e achei que já era o momento de complicar um pouquinho e mandei esta:



- “O Heitor e a Maria gostam de sorvete.” - Estou falando sobre quem?



- Claro que é sobre nós dois, uai… e, já sei: tem dois sujeitos – eu e você. Agora chega dessa brincadeira. Ela é fácil mas é chata. Quando eu for do 6º ano eu brinco mais...


Foto: Giselle G.C.Freitas- 
Pedagoga
 - ... (Murry com o giz na mão!)


 

 

 

 

 

 

 Agradecimentos:


À Professora Giselle G. Cavalcante de Freitas - Pedagoga e proprietária do Instituto Presbiteriano Geração
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A gramática e o poeta...

Vamos curtir o poema enquanto aguardamos as surpresas/brincadeiras do Núcleo.

 

De Gramática e de Linguagem 

*Mário Quintana


E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou coisa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto das coisas. As coisas sim!...
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso.

As coisas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém.
Uma pedra. Um armário. Um ovo, nem sempre,
(Ovo pode estar choco: é inquietante...)
As coisas vivem metidas com as suas coisas.
E não exigem nada.
Apenas que não as tirem do lugar onde estão.
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta.
Para quê? Não importa: João vem!
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão,
Amigo ou adverso...João só será definitivo
Quando esticar a canela. Morre, João...
Mas o bom mesmo, são os adjetivos,
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto.
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. luminoso.
Sonoro. Lento. Eu sonho
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais.
Ainda mais:
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto.
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 * Mário Quintana - Pura delícia!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Você sabe ler e escrever? - Uma olhadinha na ortografia


Palavras na ponta do lápis.

 

De volta ao Núcleo…


Finalmente, depois de merecidas férias e para “fazer jus” ao nome do blog, voltamos com um texto substancial e perfeitamente elaborado por quem entende.

Foi em conversa informal que nasceu a ideia de trazer para os sujeitos frequentadores deste núcleo uma palhinha diretamente da fonte do mestre* das palavras.

Falamos sobre problemas corriqueiros relacionados à grafia e uso de palavras e expressões e foi assim que o Núcleo ganhou este presente.


** Recebi por e-mail, com a seguinte observação:

- Nada há de novo, mas pode ser que alguém tire proveito do que escrevi.

e eu digo: - Para alguns será uma verdadeira aula. Para outros serão dicas valiosas. Aproveitem!

 
    
Prof. Me. Aldo Paula de Oliveira
"PALAVRAS...                                                         
(Prof. Me. Aldo Paula de Oliveira)
É provável que você já tenha lido e ouvido muito sobre o assunto escrever bem. Afinal, não faltam livros, revistas, jornais, sites, etc. que procuram dar dicas de como expressar-se de maneira adequada, falando ou escrevendo. Quando se trata de concursos públicos, vestibular e Enem, por exemplo, é comum que os candidatos procurem cursos especiais de português/redação, além das aulas de colégios e cursinhos visando ao aprimoramento de suas habilidades nessa área. 
 
O objetivo é claro: passar na prova e conseguir a vaga na Universidade ou o emprego no setor público, como certa estabilidade. Atingindo-se a meta, é comum que as preocupações com a “língua/linguagem” se desfaçam, tornando-se algo com importância apenas para alunos e concurseiros.

Bom seria, quem sabe?, que todos se dedicassem mais ao conhecimento da língua para fazer dela um instrumento de comunicação eficiente e eficaz, em todas as circunstâncias sociais e profissionais nas quais as pessoas se vissem envolvidas. Há, para isso, muitos e bons caminhos, embora Antonio Machado já tenha dito “Caminante, no hay camino,/ se hace camino al andar.” Ora, os poetas... mas, ainda bem que eles existem. 

Aqui, porém, não haverá aula, instrução ou dicas de como escrever com eficiência, mas, tão somente, uma listinha de palavras que podem causar embaraço, quando houver necessidade de transcrevê-las. Ei-las. 

* abaixo-assinado – Essa expressão deve ser usada quando se nomeia o documento, que traz uma série de assinaturas. Ex.: Entregamos o abaixo-assinado ao diretor do departamento comercial. 

* abaixo assinado – Nesse caso, a expressão, sem hífen, refere-se às pessoas que assinaram o documento, ou seja, o abaixo-assinado. Ex.: Nós, abaixo assinados, esperamos uma resposta do diretor do departamento comercial. 

* emanente – Esse termo vem de emanar, cujo significado é “ter origem em”. Ex.: O homem é emanente da vontade do ser criador. Esse perfume é emanente das flores do jardim. 

* imanente – Diz respeito àquilo que está, intrinsecamente, ligado à natureza de algo. Ex.: O sentimento religioso é imanente à consciência de cada indivíduo. 

* haver – Trata-se do verbo “haver”, equivalendo-se, às vezes, a existir. Ex.: Não duvidamos de que possa haver problemas com o carro. 

* a ver – É a locução formada pela preposição “a” mais o verbo “ver”. Ex.: O que disse o ministro da saúde nada tem a ver com a realidade da maioria dos brasileiros. 

* mal-humorado – Escreve-se com “L” e com hífen. Ex.: Meu colega Antônio Carlos estava mal-humorado hoje de manhã. 

* mau humor – Escreve-se com “U” e sem hífen. Ex.: O mau humor de Antônio Carlos deixou os colegas intrigados. 

* perda – É substantivo, significando privação, falta daquilo que se tinha. Ex.: Com a estiagem prolongada, a perda nas lavouras da região chegou a 20%. Dica: A palavra “perda”, geralmente, aparece antecedida de um determinante (a, uma, muita, pouco...) 

* perca – É a 3ª pessoa do verbo “perder”. Ex.: Cristiano, espero que você não perca a oportunidade que a escola está lhe dando.

Esperamos que você não perca oportunidades de se dedicar um pouquinho à língua portuguesa, sem mau humor, claro, porque pessoas mal-humoradas não percebem que se expressar melhor tem tudo a ver com a boa interação social.
Até."

      O Núcleo do Sujeito agradece a preciosa colaboração!